Por Dennis Moraes
No dia 10 de junho de 2025, a Câmara Municipal de Americana selou um pacto de desrespeito com a população. Em segunda e definitiva votação, foi aprovado o Projeto de Lei nº 70/2025, que impõe um reajuste de 20,5% no valor venal dos imóveis, base para o cálculo do IPTU de 2026 — sendo 5,5% de inflação e 15% de aumento real. Um aumento abusivo, injusto e insensível, num momento em que o povo já luta para manter as contas em dia.
Mesmo após forte pressão popular, 14 vereadores mantiveram o voto favorável, ignorando o impacto direto dessa medida sobre as famílias americanenses, especialmente as mais humildes. Um gesto claro de submissão à vontade do Executivo e de total desconexão com a realidade das ruas.
Esses são os 14 vereadores que votaram a favor do reajuste:
- Dr. Wagner Rovina (PL)
- Fernando da Farmácia (PSD)
- Gutão do Lanche (Agir)
- Jacira Chávare (Republicanos)
- Leco Soares (Podemos)
- Leonora Périco (PL)
- Levi Rossi (PRD)
- Lucas Leoncine (PSD)
- Marcos Caetano (PL)
- Pastor Miguel Pires (PRD)
- Juninho Dias (PSD)
- Renan de Angelo (Podemos)
- Roberta Lima (PRD)
- Talitha De Nadai (PDT)
Esses parlamentares disseram “sim” ao aumento, mesmo cientes do impacto que isso causará no orçamento das famílias. Muitos deles foram eleitos com discursos de defesa da periferia e sensibilidade social, mas no momento decisivo viraram as costas para a população.
Votaram contra na segunda votação:
- Gualter Amado (PDT)
- Professora Juliana (PT)
- Jean Mizzoni (Agir)
- Thiago Brochi (PL)
No entanto, é fundamental destacar: Thiago Brochi e Jean Mizzoni foram favoráveis na primeira votação. Só mudaram o posicionamento na segunda, após intensa pressão popular e críticas nas redes sociais. O gesto é louvável, mas não apaga o fato de que inicialmente aprovaram o aumento. A responsabilidade também é deles.
O vereador Léo da Padaria (PL), atual presidente da Câmara, não vota por prerrogativa do cargo, exceto em caso de empate. Ainda assim, como figura de liderança, sua postura diante de um tema tão sensível é observada pela população. Neutralidade, neste contexto, também pesa.
Enquanto aprovavam esse reajuste escandaloso, os vereadores também aprovaram mais de 50 moções de aplausos — numa demonstração clara de prioridades invertidas. É como se um agrado institucional pudesse substituir o respeito com quem sustenta essa cidade pagando impostos.
As eleições só ocorrerão em 2028, mas a memória do eleitor começa a se formar hoje. A população precisa anotar esses nomes, acompanhar os votos, entender quem realmente está ao lado do povo e quem se ajoelha ao Executivo por conveniência.
O aumento do IPTU está aprovado, mas o custo político ainda será cobrado. Que essa votação fique marcada como um dos maiores episódios de traição legislativa da história recente de Americana.
Porque os aplausos no plenário não abafam o grito de indignação vindo das ruas.
Dennis Moraes é Comendador outorgado pela Câmara Brasileira de Cultura, Jornalista, Feirante e Diretor de Jornalismo do Grupo Dennis Moraes de Comunicação. Acesse: dennismoraes.com.br
